segunda-feira, 18 de junho de 2007

Que produto devo entregar quando tenho o controle da verba?

Fonte: Patrícia Marinho (Direto de Cannes)

Começaram bem os seminários do Festival de Cannes 2007. Minha primeira palestra, ontem, foi a da Digitas, agência digital sediada em Londres, sobre o dilema das agências especialistas que se vêem escolhidas pelos clientes para cuidar da comunicaçao como um todo - Que produto de comunicaçao uma agência 100% digital deve entregar quando tem o controle da verba?

Primeiro é importante entender por que as agências digitais sao chamadas para competir em grandes concorrências com agências tradicionais, anterior aqui. Segundo Norm Johnston, o palestrante, a resposta é simples - porque os anunciantes estao procurando novas respostas para os seus problemas e acreditam que as agências que lidam com o mundo digital estao mais preparadas para buscar novas soluçoes. Aí está o ponto - novas soluçoes nao significa passar a produzir filmes para a TV (por mais tentador que isto seja), nem usar a verba extra para aumentar o clutter de comunicaçao (ao invés de um banner, agora que tem mais verba vamos produzir 10). É para pensar diferente mesmo!

Segundo Johnston, um especialista em digital tem em seu mindset alguns princípios que o tornam mais preparado para desenvolver estratégias voltadas para o consumidor do século 21. Ele sabe, por exemplo, que passou a fase em que estar na internet era se preocupar em construir grandes sites e tentar atrair o consumidor. Agora o desafio é fazer o conteúdo chegar aos consumidores independente do meio. Sabe, também, que texto, literamente, é uma das mais bem sucedidas formas de propaganda na web - vide o sucesso do search marketing. E sabe que o grande desafio está em envolver o consumidor de forma diferenciada, fato ilustrado de forma brilhante com um case da American Express chamado membersproject.com -

Por um outro lado, as agências digitais ainda teriam muito o que aprender para crescer. As tradicionais estariam bem à frente das especialistas quando o assunto é planejamento, produçao, pessoas ou praticidade. Ainda existe uma corrente de agências (e clientes, diga-se de passagem) que aposta na inovaçao por modismo e esquece de ver se o mercado está pronto para ela - o que leva a projetos onde sao gastos rios de dinheiro para se chegar a alguns poucos 'early adopters' de uma determinada tecnologia. Nessa hora, uma abordagem tradicional certamente teria sidomais eficaz.

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