terça-feira, 3 de julho de 2007

INTEL


Para atrair a atenção de um público formador de opinião de tecnologia não é preciso gastar muito. Basta fazer uma ação numa rede social cool como o Flickr (ATENÇÃO: o Second Life não serve!) e divulgá-la em algumas listas de discussão relevantes.
Foi isso que a Maô Guimarães da Intel fez no Radinho:
O Flickr/Yahoo! e a Intel lançaram um concurso de fotografia pra fechar a Semana da Mobilidade 2007 da Intel. O tema é mobilidade. Facinho: quem estiver a fim de participar, é só mandar pro Flickr uma foto sua, original, mostrando o que “mobilidade” significa pra você. Tá valendo um notebook equipado com a tecnologia de processador Intel® Centrino® Duo e 10 contas Flickr Pro durante um ano.
Mais detalhes, regulamento etc
Claro que o prêmio ajuda muito, mas a sensação de que a empresa está falando realmente com você, e não anunciando na Veja para falar com todo mundo, também é muito importante.
A imagem que ilustra este post é da Roberta Zouain e está participando do concurso.

Blackle: viral parasitário


Partindo da informação de que uma página totalmente branca gasta cerca de 74 watts enquanto uma página totalmente preta gasta somente 59 watts, Mark Ontkush fez um post em seu blog (o blog dá dicas e informações sobre "TI sustentável"!!!!!!!!!!) dizendo que economizaríamos uma enorme quantidade de energia se o google simplesmente mudasse o layout de suas páginas para fundo preto.
Considerando a enorme popularidade do Google e toda a onda do ecologicamente correto, uma empresa australiana se apoderou rapidamente (e muito inteligentemente) deste conceito.
A Heap Media fez uma versão preta do search engine mais popular do mundo ocidental e conclamou as pessoas a usarem esta versão para ajudarem a poupar energia (note que você só descobre ela no discreto copyright lá embaixo) :
We believe that there is value in the concept because even if the energy savings are small, they all add up. Secondly we feel that seeing Blackle every time we load our web browser reminds us that we need to keep taking small steps to save energy.
How can you help?
We encourage you to set Blackle as your home page [Nota do Editor: CARA DE PAU!]. This way every time you load your Internet browser you will save a little bit of energy. Remember every bit counts! You will also be reminded about the need to save energy each time you see the Blackle page load.
Help us spread the word about Blackle by telling your friends and family to set it as their home page. If you have a blog then give us a mention. Or put the following text in your email signature: "Blackle.com - Saving energy one search at a time.
Imagine o tamanho da interseção entre o Universo de pessoas que usa o Google com o universo de pessoas que tem alguma preocupação ecológica. Agora imagine este universo gigante olhando todo dia para a sua página: excelente idéia viral! Agora é só deixar os outros venderem esta idéia em nome da Heap Media e de graça:
Use Blackle, Save The PlanetBlackle - The Green Google

Stickers





Uma nova vertente artística surge em lugares inusitados da cidade. Latas de lixo, postes, placas de trânsitos, muros e o que mais poder receber um pôster ou um lambe-lambe é transformado em galeria de arte ao livre em questão de minutos após a passagem dos Stickers, palavra inglesa que traduzida ao pé-da-letra significa ?adesivos?.

Apesar da arte ilegal de rua não ser mais novidade e nenhuma grande metrópole do mundo, o sticker é um movimento que tem ganhado força nos últimos cinco anos com a proliferação da cultura underground e da busca de novas formas de expressão visual. Não devem ser confundidos com as propagandas clandestinas ou ainda com poluição visual, há um conceito por traz desse formato das expressões artísticas. Proveniente do grafite, o sticker começou a ser notado recentemente e já conquistou artistas que encontraram facilidade tanto na sua elaboração quanto na aplicação.

Ativismo coletivo

A proposta do sticker é através de manifestações de artistas individuais e de coletivos urbanos, criar um composto visual que dialogue com a estética metropolitana e debata através de uma linguagem lúdica e torta os principais pontos polêmicos da sociedade. Essa atitude já trouxe à luz instalações visuais por toda São Paulo. Basta andar com olhos atentos pela Rua Augusta, Avenida Paulista, Vila Madalena e muitas outras vias, viadutos e calçadas movimentadas, onde facilmente são encontradas figuras em cabines telefônicas, rostos misteriosos em postes e mensagens no mínimo curiosas.

Segundo os adeptos, o sticker é mais vantajoso que o grafite, pois é portátil e de fácil aplicação, sendo apenas necessário encontrar o lugar ideal para colocá-lo. Não há limite de tamanho nem de elaboração; A impressão dos adesivos ou, também comumente, dos lambe-lambes é com caneta, xerox, serigrafia, tintas plásticas ou qualquer outro tipo de grafismo que possibilite o efeito desejado.
O sticker é mais uma ferramenta que o artista urbano tem para se expressar, dependendo da mensagem, do lugar, do tempo disponível e da intenção, ele pode usar tanto o grafite como o sticker ou o stencil para colocar em prática o seu plano de ação.

Origens

Por ser uma forma de manifestação à margem da lei, é difícil saber onde se originou o sticker, mas é atribuído ao artista americano Shepard Fairey a apresentação e divulgação dessa pratica nas ruas, no início da década de noventa. Fairey, através de seus stickers, posters e lambe-lambes, encheu várias cidades norte americanas e européias com a clássica imagem, em alto contraste, do campeão de luta - livre André Giant, sempre com a indicação escrita: Obey Giant.

Fairey hoje em dia divide seu tempo entre as suas atividades artísticas nas ruas e a direção do estúdio Black Market, em Los Angeles, uma das mais prestigiadas agencias de design gráfico dos EUA.

Na capital paulista, o movimento sticker é presente há quase cinco anos e tem como principais nomes os grafiteiros como Boleta, Flip, Sesper e Zezão. A antiga escola do stickers, na maioria das vezes trabalhava a arte adesiva uma a uma a caneta, utilizando uma assinatura ou tag como imagem.

Um dos primeiros coletivos é o SHN. Foi o primeiro a fazer tiragens em serigrafia e expor uma quantidade de stickers e pôsteres exaustivamente repetidos, colados nas ruas de São Paulo, como uma linha de produção e montagem artesanal. Originários de Americana, mas com ações por todos os cantos e cidades aonde seus stickers e posters já chegaram, o grupo se infiltra na paisagem de concreto através de peças impressas. Lançando mão, principalmente, de cartazes, impressos em mídias reaproveitadas ou etiquetas adesivas oriundas de sobras industriais.

Outro coletivo de destaque com intervenções em diferentes regiões de São Paulo é o Faca que espalha em grupo ou individualmente, trabalhos que combinam, stickers e posters, além da sobreposição de pinturas realizadas as pressas e ilegalmente no local.

Adesivando a rede

A internet tornou-se a principal ferramenta de comunicação e exposição dessa cultura mundial. Através dela, artistas e coletivos de diferentes cidades e países se conhecem, apresentando e articulando iniciativas de ?exposições? de seus trabalhos. A troca do material é feita via correio, assumindo cada coletivo a responsabilidade de espalhar por sua cidade as obras dos colegas.

Outro meio de intercâmbio cultural entre os fãs do lambe-lambe são as galerias virtuais onde pessoas de todo o mundo se conhecem, trocam stickers por correio e têm o desafio de colar as obras dos amigos distantes em suas cidades, depois publicando fotos na Internet. É assim que muitos artistas ficam conhecidos internacionalmente sem ao menos saírem de suas cidades.

Vandalismo? Arte? Seja o que for a avalanche dos stickers não dará tão cedo trégua às selvas de concreto.