sexta-feira, 15 de junho de 2007

CIAB 2007

Se há 20 ou 30 anos o marketing baseava-se na premissa de que as empresas desenvolviam determinados produtos especificamente para determinados públicos - e as agências de propaganda, por conseqüência, trabalhavam suas campanhas pensando nesse público, hoje o consumidor é que busca, diretamente o que deseja. E a ferramenta para isso é a internet. Esse foi o tema central da palestra do presidente da Google Brasil, Alexandre Hohagen, no Ciab Febraban 2007, no painel "Marketing.com".
Um carro esportivo, por exemplo, era desenvolvido e suas campanhas trabalhadas imaginando-se um consumidor jovem. Já um veículo mais compacto era voltado para as mulheres. Hoje, esse consumidor, seja ele homem ou mulher, já inicia a pesquisa na Internet com uma idéia definida em relação ao produto que deseja. Trata-se, portanto, de um novo paradigma.
Outra característica desse novo mercado é o chamado "long tail", a "calda longa", teoria que pressupõe que as empresas de e-commerce, como o ITunes, que dispõem de uma imensos catálogos de produtos, obtêm volume de vendas comercializando pequenas quantidades de produtos para públicos específicos. É caso, por exemplo, do CD de um grupo de rock desconhecido da maioria das pessoas, mas que possui um público fiel - e o oposto do modelo das grandes redes de lojas, que tem por base comercializar grandes volumes de grupos líderes de venda.
É esse novo modelo, afirma Hohagen, que predomina na Internet. O executivo lembrou que o País contabiliza, hoje, 32 milhões de usuários de Internet. O modeloo de negócios da gigante da Internet (considerada, hoje, a empresa mais valiosa do mundo, à frente de companhias tradicionais, como GM e Coca Cola) é o dos links patrocinados: se um usuário digita, no Google, a palavra "flores", aparecerá, o resultado da busca serão sites que mencionem flores e, na coluna da direita, os links patrocinados, de empresas que anunciam. "As empresas pagam apenas pelos links clicados", afirma. Trata-se, portanto, de um modelo totalmente em sintonia com as teorias apresentadas por Hohagen. Especificamente sobre o setor financeiro, 81% dos usuários utilizam a Internet para aprender mais sobre serviços financeiros.
Paulo Rogério Cafarelli, do Banco do Brasil, outro participante do debate, lembrou que, dos R$ 17,4 bilhões investidos anualmente em propaganda no País, apenas 2% destinam-se à Internet. A maior parte do orçamento vai, mesmo, para a TV. "No entanto, há indícios claros de que as verbas destinadas à Internet têm aumentado", lembrou. Do orçamento do BB com publicidade (R$ 200 milhões por ano), apenas R$ 6 milhões são destinados à Internet. De olho nas novas tendências da Internet, o BB lançará, esta semana, seu novo portal. "Será uma home page muito mais focada em relacionamento do que propriamente em serviços", explicou.

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