segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A publicidade online com efeitos especiais

A publicidade online com efeitos especiais


Quem navegou com freqüência pelos principais portais brasileiros nos últimos tempos, certamente percebeu mudanças no visual dos anúncios da internet. Formatos tradicionais como banners e retângulos ainda são os mais programados, mas o que temos visto recentemente são anúncios que saltam aos olhos de maneira muito mais criativa, quase deixando para trás o próprio conceito de formato. Resumindo numa frase, eles juntam características de outras mídias, como som e movimento ao principal diferencial da internet, a interação. A isso deu-se o nome de rich media.

Quem, além de navegar com olhos atentos à publicidade, assinou alguma newsletter do trade, recebeu pelo menos uma dezena de artigos e convites para eventos sobre rich media. E também tomou conhecimento de empresas que fornecem soluções inovadoras para anúncios, com nomes inusitados, muito parecidos uns com os outros.

Até onde posso lembrar, ouvi o termo pela primeira vez em 1998, numa das primeiras reuniões de trabalho sobre internet da qual participei. Naquela ocasião, meu entendimento do termo, obtido do contexto e da tradução livre do inglês foi: “algo como um banner com imagens em movimento”. Acredito que eu não estava de todo errado. Era mesmo uma boa definição. Para a época. Afinal, em 98, qualquer coisa melhor do que uma imagem estática era chamada de especial.

Então o que mudou, afinal? O que mudou foi o cenário da mídia, e mudou radicalmente. Mudou principalmente a maneira como as pessoas consomem informação e entretenimento. E essa mudança ocorreu a partir da internet. A velocidade de adoção da nova mídia foi a maior que já se viu na história dos meios de comunicação. Existem hoje mais de 1 bilhão de internautas no mundo. Por graça ou culpa da web, nós hoje fazemos tudo diferente. Inclusive lemos jornal e assistimos TV de outro jeito. De um jeito que já ganhou até nome: multitarefa. Se é melhor ou pior, ainda não sabemos, mas é outro jeito.

O que interessa aqui é fato indiscutível de que a Internet entrou definitivamente para o mundo do marketing e da propaganda e aí tudo na web passou a fazer sentido, inclusive a publicidade e, por que não, a rich media.

Não que o velho e bom banner, com suas variações em altura e largura, esteja com os dias contados. Porém, Rich media, é outra história. Suas possibilidades criativas são quase ilimitadas. Rich media tem a ver com surpreender, encantar, provocar interação, divertir, gerar repercussão e vender produtos. Tem a ver com som, movimento, velocidade e experimentação. Em síntese, tem a ver com criatividade e retorno, que são a razão de ser da indústria da propaganda. Parece pouco? Não é: a boa peça publicitária em rich media faz tudo isso sem ser intrusiva ou atrapalhar a navegação das pessoas.

Mas como conseguir esses resultados se parte do público da internet ainda navega em conexões lentas? Bem, duas boas notícias: primeiro, existem soluções de rich media bastante eficientes e que não são necessariamente “pesadas”. Segundo, há muito mais gente navegando em banda larga do que parece. De acordo com dados do IbopeGNet, o Brasil tem 33,5 milhões de internautas. Estima-se, que a penetração da banda larga no país é de 8%. Em números projetados estamos falando de cerca de 14 milhões de pessoas que não sofrem mais com a banda estreita.

Empresas que no início da web comercial destinavam pouco ou quase nada da sua verba de mídia à internet, hoje investem alto no meio online e dão show de criatividade publicitária nas páginas dos portais. Para essas empresas, a internet já deixou de ser uma mídia segmentada. Ela virou uma plataforma de lançamentos de campanhas. Quando criativamente alinhada com as peças veiculadas nos meios offline, ela rentabiliza os investimentos e multiplica o retorno.

Criatividade, no caso da rich media, resulta em vendas e ainda beneficia a marca. Segundo estudos recentes da Dynamic Logic sobre campanhas online de diversos segmentos anunciantes, o uso de rich media melhora de 10% a 70% os resultados das métricas de brand (reconhecimento da marca e preferência) e de intenção de compra.

Para quem trabalha com publicidade online, o momento atual é o melhor já vivido. Melhor até do que o dos tempos de euforia de 99. Afinal, todas essas mudanças vêm gerando receita recorde para veículos e agências e retorno comprovado para os anunciantes. Mas, melhor ainda, a dinâmica atual vem permitindo que mais e mais profissionais de marketing e propaganda participem dessas mudanças como protagonistas, experimentando, errando, acertando e se reinventando no setor da indústria da comunicação que se redesenha todos os dias.

Olavo Ferreira (olavo@yahoo-inc.com)
Diretor Comercial do Yahoo! Brasil

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